ATA DA SÉTIMA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA
EXTRAORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 30.12.1987.
Aos trinta dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e oitenta e
sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre, em sua Sétima Sessão Extraordinária da Décima Primeira Sessão
Legislativa Extraordinária da Nona Legislatura. Às dezesseis horas e seis
minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu,
Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Auro Campani, Bernadete Vidal,
Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra,
Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Getúlio Brizolla, Gladis Mantelli, Hermes
Dutra, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Kenny
Braga, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Ignácio Neis, Nilton Comin, Paulo
Sant'Ana, Paulo Satte, Pedro Ruas, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray
e Werner Becker. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou
abertos os trabalhos. À MESA foram apresentados: pelo Ver. Antonio Hohlfeldt,
01 Pedido de Informações, acerca da obra que está sendo realizada, pela SMOV,
na Rua Felizardo Furtado, no conjunto residencial Felizardo Furtado; pelo Ver.
Aranha Filho, 01 Pedido de Informações, acerca do prédio público que está
localizado sob os Lotes n°s 31, 32, 33 e 34 da Quadra n° 31 da Vila Santa
Tereza, em frente à Avenida Divisa e à Avenida Caí; pelo Ver. Hermes Dutra, 02
Pedidos de Providências, solicitando substituição de lâmpadas queimadas na Rua
Gen. Bento Martins, trecho compreendido entra a Cel. Fernando Machado e
Demétrio Ribeiro e substituição de lâmpadas na Rua Peri Machado; pelo Ver. Mano
José, 01 Pedido de Providências, solicitando revisão nas luminárias da Rua Ten.
Ary Tarragô, entre os números 1725 (Escola Helena Schneider) e 2040 (Conjunto
Residencial) e troca de lâmpadas queimadas; pelo Ver. Paulo Satte, 01 Pedido de
Informações, acerca do contrato de locação do Galpão Crioulo, localizado no
Parque Harmonia. A seguir, foi formulado Requerimento oral, pelo Ver. Clóvis
Brum, solicitando a auto-convocação desta Casa a partir da próxima
quarta-feira. Na ocasião, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos
Vereadores Paulo Sant'Ana e Jorge Goularte, acerca do Requerimento acima
referido, formulado pelo Ver. Clóvis Brum. Após, o Sr. Presidente indeferiu Requerimento do
Ver. Cleom Guatimozim, solicitando Renovação de Votação para o Projeto de Lei
do Executivo n° 114/87. A seguir, constatadas existência de “quorum”, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto
de Lei Complementar do Executivo n° 17/87, por vinte e cinco votos SIM contra
quatro votos NÃO, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Hermes
Dutra, Aranha Filho, Lauro Hagemann, Werner Becker, Isaac Ainhorn e Caio
Lustosa e ter sido submetido à votação nominal a Requerimento oral, aprovado,
do Ver. Adão Eliseu. Na ocasião, foi aprovado Requerimento do Ver. Aranha
Filho, solicitando a retirada, nos termos do art. 146 do Regimento Interno, da
Emenda de sua autoria aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n°
17/87. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos do Ver. Cleom
Guatimozim: solicitando que o Projeto de Lei do Executivo n° 17/ 87 seja
dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data; de Voto de Pesar pelo falecimento da Sra.
Ana Ribeiro do Carmo. Durante a Sessão, o Sr. Presidente respondeu Questões de
Ordem do Ver. Paulo Sant'Ana, acerca da possibilidade de auto-convocação desta
Casa; do Ver. Cleom Guatimozim, acerca do período da presente convocação
extraordinária; do Ver. Clóvis Brum, acerca da não-existência de Pareceres a
alguns processos constantes da presente convocação extraordinária. Os trabalhos
estiveram suspensos por quatro minutos, nos termos do art. 84, I do Regimento
Interno. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às
dezessete horas e seis minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Extraordinária, a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Brochado da
Rocha e secretariados pela Verª. Gladis Mantelli. Do que eu, Gladis Mantelli,
1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e
aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária.
Passamos, de imediato, à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2870 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 17/87, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 07,
de 07 de dezembro de 1973, na redação determinada pelas Leis Complementares nºs
27, de 10 de dezembro de 1976 e 112, de 19 de dezembro de 1984 (ISSQN). Com Emenda.
Parecer:
- da Comissão Especial constituída para examinar a matéria. Relator,
Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e rejeição da Emenda.
O SR. ARANHA
FILHO: Sr.
Presidente, pela Liderança do PFL, o Ver. Raul Casa, eu havia solicitado a ele
uma Emenda a este Projeto e, como existem falhas nesta Emenda, eu pediria a
V.Exa., com aquiescência deste Plenário, a retirada da Emenda de nossa autoria
a este Projeto.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa recolhe seu Requerimento e o submete ao Plenário. Em votação. (Pausa.)
Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em discussão, o PLCE nº 17/87. (Pausa) Em
votação. Para encaminhar, tem a palavra o Ver. Hermes Dutra.
O SR. HERMES
DUTRA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. A retirada do Ver. Aranha Filho acho que tirou o
único ponto polêmico que o Projeto tinha, mas acho que cabe fazer algumas
considerações, porque não podemos pura e simplesmente aprovarmos esta Lei sem
lembrarmos a responsabilidade que o Executivo Municipal passa a ter em função
da aprovação desta Lei. Esta Lei vai carrear recursos para o Município em
montante ainda não imaginado. Não foi possível, dado o pouco tempo que se teve
para avaliar o Projeto, mesmo porque ele dependia da sanção presidencial de uma
Lei Federal, não foi possível fazer uma previsão do volume de recursos
extra-orçamentários que ingressarão no Município.
Então, é bom que, antecipadamente, se
registre que o Sr. Prefeito Municipal tem de assumir um compromisso de, na
aplicação desses recursos - que serão grandes - ouça esta Casa, já que estamos
lhe passando um cheque em branco. Não sabemos se, com a aprovação desta Lei, a
arrecadação irá aumentar 3, 100 ou 1 bilhão de cruzados. Efetivamente não
podemos deixar de votar a Lei. É uma lei boa para a Cidade, mas há uma
correlação de responsabilidades que o Executivo têm de assumir e a sua
representação nesta Casa. Espero que o Prefeito, ao usufruir dos recursos que
esta Lei lhe proporcionar, que serão abundantes, ouça esta Casa para sua
aplicação e não fique a asfaltar as aracajús da vida, que se lembre das ruas do
Bairro Partenon, Santo Antônio, que não têm calçamento e esgotos, que precisam
de apoio e que, talvez, por não estarem em alguns esquemas eleitorais, não
conseguem a mesma facilidade que outras ruas conseguem. Temos uma rua no nosso
bairro cujos moradores se dispõem a pagar e mais, há anos, estão em tratativas,
não conseguindo. Talvez porque nas proximidades more o Ver. Luiz Braz e este
Vereador, onde temos amigos.
Logo, é importante de que o Sr. Prefeito
Municipal tome consciência de que esta Casa está-lhe repassando dinheiro, mas,
sobretudo, a responsabilidade de nos ouvir quando da aplicação desses recursos.
Votaremos favoravelmente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Com a palavra, o Ver. Aranha Filho, pelo PFL, por 5 minutos.
O SR. ARANHA
FILHO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, incumbido pelo meu Partido, o PFL, quero fazer
minhas as palavras do Ver. Hermes Dutra, mas permito-me justificar a idéia, a
intenção, que tínhamos com respeito às Emendas apresentadas ao ISSQN, Imposto
sobre Serviços de Qualquer Natureza, trata-se de um imposto que exige a
necessidade imediata de legislarmos sobre o mesmo. E a idéia das Emendas
apresentadas era exatamente nesse sentido de que, em outras capitais, paga-se
este imposto ou cobra-se este imposto diferentemente, diferenciadamente.
Queríamos com isto adequar uma situação e fazer com que determinadas atividades
fossem, tivessem na sua alíquota a mesma incidência que em outros Estados. O
objetivo era exatamente esse, principalmente visando à evasão desses recursos,
fazendo com que determinadas empresas que tivessem um tipo de atividade não
mudassem a sua matriz para outros Estados e outras cidades. Senão, vejamos, uma
das atividades mais necessárias que nossa Nação, Brasil, de uma forma mais
completa e mais ampla necessita, que é o serviço de saúde, que notadamente está
a desejar, nós temos a possibilidade, com a empresa privada, de fazer com que,
em determinadas atividades, como serviços particulares de prontos socorro, se
facilite a vida dessas entidades em nível de governo, fazendo com que
acidentados cheguem mais prontamente atendidos, ou recuperados, e entregues, a
entidades do governo, como, por exemplo, o Hospital de Pronto Socorro e etc. E,
se isto não bastasse, são taxados quando em São Paulo a alíquota corresponde a
1%, em Porto Alegre são taxados na base de 6 ou 5%. Com isso, atividades que
prestam serviços médicos, com isso uma empresa só em Porto Alegre teria a
possibilidade de, ao invés de repassar ao governo, poderia adquirir uma
ambulância por mês. E esse era o compromisso dessa entidade, entidade de
iniciativa privada, de reverter esse mesmo imposto em sua frota de ambulâncias
para poder assistir melhor à população de Porto Alegre, é verdade que seriam
cobrados, mas ao mesmo tempo repassados ao Instituto de Previdência.
Essa era a nossa intenção e, com a Emenda
retirada, esperamos, num futuro bem próximo, reestudar o problema todo no mais
amplo sentido do Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza.
Quanto ao referido Projeto, a Bancada do PFL
deverá votar favoravelmente. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Com a palavra, a Bancada do PCB, Ver. Lauro Hagemann. V.Exa. tem 5 minutos.
O SR. LAURO
HAGEMANN:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós não temos, parece, outra alternativa senão
votarmos o presente Processo. Mas há uma coisa que precisa ser dita, e que
parece que a Casa ainda não se deu conta. Esta é uma reforma tributária às
avessas. Quando as municipalidades deste País reclamam da situação de
indigência em que se encontram, assim como os respectivos Estados, ficando a
parte principal com a União, o Governo da República resolve calar as
reclamações, permitindo aos Municípios que carreguem sobre os seus habitantes
uma nova parcela de impostos. Já disse que não nos sobra outra alternativa. Mas
é preciso que fique bem clara esta situação. Quando se pretende que a União
redistribua os tributos cobrados, e o brasileiro é um dos habitantes deste
planeta que mais paga impostos, tanto os diretos como os indiretos, mais uma
vez, recai sobre o humilde habitante de Porto Alegre mais uma carga tributária.
Por isso, eu repito as palavras do Ver. Hermes Dutra: é preciso que esta Casa
fique atenta para que os recursos obtidos com o recolhimento desta amplitude
que se dá ao ISSQN seja do conhecimento desta Casa e que ela exerça o seu poder
de fiscalização e que contribua para a correta aplicação destes recursos que
serão muito vultosos. Não haverá nenhum cidadão neste País, e principalmente
nesta Cidade, com esta alteração legal, que vá deixar de pagar mais impostos. E
este imposto, o ISSQN, com a alteração agora proposta, vai recair sobre todos
aqueles que constituem o grande contingente dos prestadores de serviço, ou
seja, o trabalho não-organizado. É isto que precisa ficar bem claro para esta
Casa. Estamos contribuindo para aumentar a carga tributária de cada cidadão
desta Cidade.
Foi implantado o leque de serviços em que
estão incursos, agora, no ISSQN. Eu não conheço, porque o Decreto presidencial
é muito recente. Eu não tive, ainda, ocasião de lê-lo, mas, hoje, com a
alteração da Lei Complementar de 15 de dezembro, o leque de amplidão do ISSQN
se avança incomensuravelmente sobre a população. Era isso que eu queria deixar
registrado, nesta ocasião. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Para encaminhar, a palavra com o Ver. Werner Becker.
O SR. WERNER
BECKER: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Srs. funcionários da Casa, em especial o Ver.
Lauro Hagemann, que merece a maior atenção. Venho trazer a V.Exa. e ao Plenário
algumas informações a respeito disto. Eu gostaria de lhe dizer que os “lobbys”,
fortes e poderosos, conseguiram, no cenário da Câmara, alterar o Projeto
inicial, que ampliava a extensão da alíquota do ISSQN, até eles. Com o máximo
respeito, eu não concordo que esta lista vá atender à economia quase informal.
E digo mais, porque tem um histórico: foi graças à pressão dos Prefeitos das
capitais, muitos dos quais progressistas, que o Presidente Sarney foi forçado a
vetar a exclusão destas listas. Então, eu posso dizer, com bastante
tranqüilidade, que pode esta lista atingir um ou dois setores mais
despreparados, mas esta Lei não é nada mais nada menos que trazer, para o
âmbito municipal, a autorização que se deu no Congresso Nacional de estender a
lista e se estendeu a setores que têm todas as condições de fazer o pagamento.
Por exemplo, eu posso afirmar um, que tinha sido retirado e foi incluído - são
as empresas “holding” das prestações de serviços. Eu vinha cobrando, há muito
tempo, da Secretária Dilma Linhares que, com uma interpretação mais expansiva,
ela podia atingir maiores setores e cobrar, por exemplo, no setor bancário, uma
lista maior de serviços bancários prestados. Eu digo que votarei a favor deste
Projeto, embora, neste momento, pego de surpresa, no encaminhamento, se
fôssemos discutir, eu poderia demonstrar que os setores mais atingidos pela
ampliação da listagem são os setores que têm condições de pagar, e até tenho
certeza, Vereador, que, se isto fosse melhor examinado por V.Exa. e por outros
Vereadores, os votos seriam trocados. V.Exa. votaria a favor do Projeto e
outros Vereadores votariam contra. Então, apenas isto, tenho certeza de que,
melhor examinado por V.Exa. e outros Vereadores, os votos seriam trocados,
respeitadas as posições ideológicas diferenciadas. V.Exa. seria a favor e
outros Vereadores contra. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Encaminha, pelo PDT, o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC
AINHORN:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, exatamente como acaba de referir o nobre
Vereador do PSB, Ver. Werner Becker, o que a Lei Municipal realiza é trazer
para o sem âmbito aquilo que determina, ou melhor, que estabeleceu a Lei
Federal. Foi um enorme avanço em relação aos tributos, a certos serviços que
não se encontravam no âmbito do ISSQN. Mas nós ainda queremos, neste
encaminhamento favorável ao presente Projeto de Lei, afirmar aqui, desta
tribuna, que, embora já tenha sido uma vitória dos Prefeitos na sua luta, pelo
aumento da receita dos Municípios, luta essa desencadeada pelos Prefeitos em
vários encontros realizados no último ano, nós ainda queremos deixar registrado
que a listagem ainda é um pouco tímida, Ver. Werner Becker, porquanto os bancos
em apenas alguns serviços são tributados sobre o Imposto sobre o Serviço de
Qualquer Natureza. Por exemplo, a cobrança do cheque passa a ser tributada, a
cobrança de títulos também, mas muitas outras operações não se encontram no
âmbito da listagem de operações sujeitas à tributação do ISSQN; por esta razão,
encaminhamos favoravelmente, e entendemos que este Projeto que a Casa vota é um
passo positivo com relação à ampliação daqueles serviços que sofrem a
incidência do ISSQN, mas esta etapa deve representar uma parte da ampliação de
inúmeros serviços de grupos financeiros deste País, sobretudo na área do setor
financeiro, que não se encontra sujeito à incidência do ISSQN. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Para encaminhar, pelo PMDB, tem a palavra o Ver. Caio Lustosa.
O SR. CAIO
LUSTOSA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Em deferência à Liderança de nossa Bancada,
nós queremos encaminhar contrariamente à aprovação deste Projeto e, por
incrível que possa parecer, que apenas adequaria a questão de incidência do
ISSQN à legislação federal, ou mais precisamente, ao Decreto-Lei 2.393, de 31
de dezembro de 1986. Temos, por certo, que será aprovado por este Plenário isso
que se apresenta como uma simples adequação, uma adequação desses tributos, uma
adaptação desses tributos às normas federais, mas é preciso que seja dito, e
que foi oportunamente levantado pelo Líder do PCB, que se vai acrescer a carga
sobre os pequenos empresários, os pequenos e médios produtores, já vítimas de
uma escorchante política fiscal, fruto do autoritarismo e do centralismo e que
se corporifica juntamente com este Decreto-Lei. Queremos dizer que aqueles que
têm compromisso com uma transformação fundamental na área tributária, numa
reforma tributária de verdade, não podem, sob o pretexto de que se está
submetendo a normas maiores, lá de cima, reproduzir, aqui, no âmbito da
comunidade que nos confiou este mandato, os mesmos pretextos, as mesmas
desculpas de uma política tributária que é escorchante, que isenta os grandes
capitais, como ainda há pouco e esta foi a causa da queda do Ministro Bresser
Pereira, e arrocha com mais e mais rigor os pequenos e médios contribuintes.
Ainda há pouco, esta figura execrável, que é o Consultor-Geral da República,
Saulo Ramos, tinha o despudor de encaminhar ao Congresso, e lá se encontra para
deliberação dos congressistas, um Projeto de Lei referente à locação predial, a
uma lei do inquilinato nova, mas mais opressiva e mais injusta, que se dava ao
desplante de estabelecer nos seus artigos que os proprietários de prédios de
aluguel, qualquer que fosse seu número, tivessem 100-200-1000 imóveis para
alugar, ficariam isentos do Imposto de Renda. Este é o figurino, a coluna
mestra de uma despolítica fiscal escorchante, que precisa a cada passo e a cada
hora, ainda quando se discute um Projeto, aparentemente inócuo, como este aqui
que nos manda o Chefe do Executivo dito socialista, precisa ser denunciada,
porque um governo realmente comprometido com as bases populares, com setores
oprimidos, espoliados da sociedade e das comunidades não se submete, não
reproduz o esquema de dominação, de opressão, traçada lá, através de
Decreto-Lei, pelo regime desta ditadura civil que aí está. Isto precisa ser
dito, apoiado em parte pelo PMDB, mas se V.Exa., Ver. Kenny Braga, tivesse
maior compromisso com aqueles que trabalham, aqueles que produzem em nível de
classe média e classe popular, não estariam copiando e trazendo aqui para
reprodução as mesmas normas, as mesmas práticas de uma política tributária
nefasta. É isso que se precisa dizer, ser dito numa hora destas, Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, relativamente a um “Projetinho” que passaria ou passará
talvez candidamente ampliando o leque dos contribuintes do ISSQN. Mas
entendemos nós que é hora de questionar. As mudanças neste País vão se fazer,
sim, a partir dos reclamos e das contestações das bases, para que se possa
mudar o tipo de política distorcida, de política opressora que pretende
aumentar a arrecadação, neste caso dos tributos, sempre e sempre a custa dos setores
espoliados e já exangues da sociedade civil.
Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
nossa posição, e acreditamos que possa ser seguida por Vereadores desta Casa
que tenham realmente compromisso com uma reforma tributária séria, completa e
de rejeitar o presente Projeto de Lei da Administração dita, proclamada, mas,
evidentemente, socialista para os incautos, só para os incautos. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Encerramos os encaminhamentos. Em votação o PLCE nº 17/87.
O SR. ADÃO ELISEU: Para um Requerimento, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: V.Exa. tem a palavra.
O SR. ADÃO ELISEU: Requeiro votação nominal para o presente Projeto.
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação. (Pausa.) Os Vereadores que aprovam o Requerimento permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito à Sra. Secretária que proceda à
chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
A SRA.
SECRETÁRIA:
(Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 25
Srs. Vereadores votaram SIM e 04 Srs. Vereadores votaram NÃO.
O SR.
PRESIDENTE: APROVADO o PLCE nº 17/87.
(Votaram SIM os Vereadores: Adão Eliseu,
Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Cleom
Guatimozim, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra,
Jaques Machado, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Paulo Sant’Ana,
Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac
Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e Kenny Braga. Votaram NÃO
os Vereadores: Caio Lustosa, Clóvis Brum, Ignácio Neis e Jussara Cony.)
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver.
Cleom Guatimozim, solicitando seja o PLCE nº 17/87 dispensado de distribuição
em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta
data.
Em votação. (Pausa.) Os Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. CLÓVIS
BRUM (Requerimento): Sr. Presidente, este Vereador havia encaminhado um Requerimento verbal
à Mesa e o representa nesta oportunidade. Considerando que amanhã é dia 31;
considerando que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre e seus funcionários
passaram praticamente todo o ano de 1987 em atividade; considerando que as
matérias a serem votadas, regimentalmente, por falta de pareceres, por diligências
cujos processos estão a exigir, não poderão ser votadas hoje nem amanhã, o meu
Requerimento é no sentido de que a Câmara Municipal se autoconvoque, sem ônus
para o contribuinte, a partir de quarta-feira, para votar a matéria, porque,
Sr. Presidente, de sã consciência, os Projetos que ficaram pendentes são os
mais graves e os mais sérios desta Cidade e não pode a Câmara Municipal de
Porto Alegre numa reunião, feitas às pressas, amanhã, votar Projetos como o
Praia do Guaíba e como o da Beneficência Portuguesa, cujos Projetos têm
profunda repercussão na vida desta Cidade. É de bom senso da Mesa e do Plenário
que se autoconvoque a Câmara de Vereadores sem ônus, para que, tranqüilamente,
se possa apreciar a matéria a partir de 3ª ou 4ª. Este é o Requerimento, Sr.
Presidente, que solicito a V.Exa. bote em consideração ao Plenário.
O SR. PAULO
SANT’ANA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, concordo inteiramente com o Ver.
Clóvis Brum. No entanto, pediria que a Mesa considerasse a minha proposição e a
vontade de cada um dos Srs. Vereadores no que se refere à data da convocação ou
autoconvocação. Eu acho que não se pode emendar demais uma convocação da outra,
sob pena da exaustão, sob pena do descontrole dos processos que não estão sendo
estudados pelas Comissões e pelos Vereadores com o devido cuidado. A minha
sugestão é a de que a convocação seja feita não para a semana que vem, mas para
o início da outra semana. Eu já falei, a Mesa deve colocar à vontade, ao
arbítrio, ao voto de cada Vereador, a data. Agora, eu estou expondo a minha
idéia, eu estou expondo o meu sentimento. Eu gostaria que esta convocação fosse
feita não para a próxima, mas, sim, para a semana seguinte à próxima. Muito
obrigado.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa, Sr. Vereador, tem problemas, gostaria de poupar V.Exa., já expondo que
é, exatamente, um Requerimento firmado pelo Ver. Cleom Guatimozim, com o
seguinte teor:
“O Vereador que este subscreve requer a
V.Exa., nos termos regimentais, a renovação de votação do PLE nº 114/87 - Proc.
2825, que autoriza o Executivo a contratar operação de crédito com o Fundo de
Investimento Urbano do Estado do Rio Grande do Sul. O requerido fundamenta-se
no tumulto existente…”
O SR. JORGE
GOULARTE:
Mas a Mesa aceita isto?
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa não conhecia este texto, Vereador. A Mesa pede que o Requerente faça
outro fundamento.
O SR. CLÓVIS
BRUM:
Solicito uma Questão de Ordem, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE:
Pela ordem, Ver. Cleom Guatimozim, senão vou suspender a Sessão.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sr.
Presidente.
O SR.
PRESIDENTE:
Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.
(Suspende-se a Sessão às 16h48min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 16h50min): A Mesa reabre os
trabalhos pede aos Srs. Vereadores que ocupem suas tribunas. A Mesa esclarece
que dá como indeferido o requerido pelo Ver. Cleom Guatimozim, tendo em vista
que se trata de apresentarmos na Sessão subseqüente Ordinária e não
Extraordinária.
Concedemos a palavra ao Ver. Cleom
Guatimozim.
O SR. CLEOM
GUATIMOZIM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, este Vereador, que nunca pede
Questão de Ordem e que procura poupar a Mesa, gostaria de lembrar que a
convocação pública baseada em Lei Federal foi publicada nos jornais desta
Cidade, na imprensa, até o dia 31. Se as matérias resultantes da convocação não
forem vencidas, entende este Vereador que não tem a Mesa a autoridade
necessária de não realizar a Sessão amanhã porque dentro da convocação e com
matéria para ser votada.
O SR.
PRESIDENTE: Temos
a seguinte informação: não há na Diretoria Legislativa, ainda, solução
referente a cursos, treinamento de mão-de-obra. Não há nada referente ao que a
Casa convencionou chamar Petrobrás. Não há nada referente ao que se
convencionou chamar Beneficência Portuguesa, não há sobre a PUC e não há sobre vale-refeição.
1, 2, 3, 4, 5 processos. De tal sorte que a Mesa aguardará, no decorrer do dia,
para fixar uma posição sobre a matéria e regulará o tempo. Levará em conta os
vários Requerimentos formulados para que a autoconvocação se realize, se
necessário, e de outra forma as datas serão compatibilizadas.
O SR. JORGE
GOULARTE (Questão de Ordem): Parece-me que nenhum Vereador colocou data. Ponho
dia 5 a 10.
O SR.
PRESIDENTE:
Em verdade, efetivamente, alguns sugeriram datas.
O SR. JORGE
GOULARTE:
Citaram terça ou quarta-feira. Ficou tudo vago.
O SR.
PRESIDENTE:
Colocaram datas e mais ainda: pediram datas, chegaram até esta Presidência no
sentido de solicitar datas A, B, C, D.
O SR. JORGE
GOULARTE:
Eu coloco dia 5.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa recolherá e tentará fazer a síntese.
O SR. PAULO
SANT’ANA (Questão de Ordem): Para uma consulta, Sr. Presidente. É claro que a
Câmara pode se autoconvocar?
O SR.
PRESIDENTE:
É absolutamente claro, é o art. 16 da Lei Orgânica, é a primeira forma de
convocação, que é da Câmara; a do Prefeito é a última. Agora, esta decisão não
existe, ainda. Nós examinaremos no decorrer do dia de hoje ou amanhã.
O SR. CLÓVIS
BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu, inicialmente, desejo transmitir a V.Exa. a
preocupação de que nós estamos, praticamente, ao término desta Sessão, e
V.Exa., há pouco, afirmou para o Plenário, consta nos Anais, que não há nenhum
projeto em condições de ser votado. Ora, Sr. Presidente, se não há nenhum
projeto em condições de ser votado, nós não podemos ir para a casa pernoitar em
nossos lares na expectativa de que o Papa Noel faça nascer amanhã algum projeto
em condições de ser votado. Salvo se V.Exa. determinar ao relator, às
Comissões, que permaneçam hoje à noite na Casa para entregar alguma matéria
pronta amanhã, e, se tudo correr bem, nós encontrarmos um projeto amanhã.
Sr. Presidente, nós devemos ser práticos, se
não ocorrer nada de novo até amanhã, se nenhum projeto ficar pronto, nós
estamos criando dificuldades para o quadro administrativo, para os funcionários
da Casa, que estão aí, até fora de hora, nos atendendo, sem problema nenhum. No
entretanto, Sr. Presidente, se esgotada esta reunião e houver algum projeto em
condições de ser votado, evidentemente, que V.Exa. deve convocar a Casa amanhã
para votar o projeto tal, não é preciso constar no avulso, basta citar. Agora,
convocar-se a Casa amanhã para se encher toda uma manhã com questões de ordem,
não se ter um projeto para votar, Sr. Presidente, é perda de tempo que nós
podemos resolver agora. Estranho a Questão de Ordem do Ver. Cleom Guatimozim,
estranho muito, porque o Ver. Cleom Guatimozim é useiro e vezeiro em dizer uma
coisa e fazer outra. Que extraordinário Presidente foi o Ver. Cleom Guatimozim,
que competente Presidente foi S.Exa.; a esta hora, em véspera de dia 24 e 31,
quantas vezes S.Exa. atravessava a Av. Siqueira Campos, para contatar com o
Executivo e agilizar a convocação para os dias após os feriados. Isso é normal,
ele sempre fez isso.
Então, Sr. Presidente, eu estranho que a
Câmara vai reunir amanhã todos os seus funcionários, todos os Vereadores, sem
votar nada.
O SR.
PRESIDENTE:
Sr. Vereador, V.Exa. está colocando na boca da Mesa coisas que ela não afirmou.
A Mesa se reserva o direito de, no decorrer do dia, fazendo um balanço geral da
situação, ver se deve ou não submeter a Casa amanhã à Sessão ou não. Primeiro,
se não houver matéria, por óbvio, não haverá. Outrossim, quanto ao aspecto
funcional da Casa, quero dizer a V.Exa. que já existe um regulamento sobre o
assunto, que os funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre trabalharão
amanhã pela manhã. Já existe documento, nesse sentido dispensando-os à tarde.
O SR. CLÓVIS
BRUM: O que
vale dizer, nobre Vereador, é que V.Exa. me tranqüiliza, que, se houver
reunião, será pela parte da manhã.
O SR.
PRESIDENTE:
O que não quer, Vereador, para sua perfeita compreensão, a Mesa é decidir
agora, sem as cautelas devidas. Por exemplo, surgem agora 2 Projetos que foram
liberados.
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu tenho procurado, nestes dias
todos, acompanhar a Ordem do Dia normal, e, nesses feriados, eu consegui
redigir algumas Emendas. No total, eu já nem me lembro mais, mas, só nos
Projetos da Petrobrás e Beneficência Portuguesa, eu devo ter apresentado umas 5
ou 6 Emendas. Então, eu gostaria, por favor, porque são Emendas que me parecem
mais importantes que as outras - sempre que eu apresento, eu imagino que sejam
importantes -, que não chegasse nenhuma Emenda sem o parecer completo. Tem
algumas muito importantes, inclusive da Beneficência Portuguesa, que trata do
Hospital na Av. Tarragô, que não consta no Projeto, que é a parte mais
importante do Projeto.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa agradece os seus cuidados.
A Mesa submete ao Plenário, a seguir, o
seguinte Requerimento: de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, Voto de Pesar pelo
falecimento da Sra. Ana Ribeiro do Carmo.
Em votação. (Pausa.) Os Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. APROVADO.
Estão encerrados os trabalhos da 7ª Sessão
Extraordinária.
(Levanta-se a Sessão às 17h06min.)
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